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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Capítulo III: Paz, Perdão E Paixão- Terceira Parte: Paixão

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              O amor não escolhe lugar para acontecer. Não exige carro, nem casa, nem muitas promessas. Apenas sonhos compartilhados e apoio mútuo. Era assim na simples vida de Edna e Elivaldo.
        Edna foi separada de sua filha pelo conselho tutelar e possui vários problemas com a promotoria, uma grande ironia em sua vida para quem um dia sonhou em exercer tal profissão. Não por menos, disse que se hoje pudesse retornar os estudos não faria mais Direito, mas sim Economia. A questão é que a dor da ausência da filha é amenizada pelo companheiro, com quem divide o leito de pedra. “Esse menino aqui foi a melhor coisa que encontrei em cinco anos”- disse ela. Estavam juntos há pouco tempo, e desde que se conheceram Edna disse que passou a sentir alguma paz (seu maior bem, como dito na primeira parte).
               Perguntei a Edna o que ela deseja de mais profundo para seu namorado. Ela me respondeu que deseja “um lugar para ele se estabilizar no meio da família”. Ficou claro para mim as razões por trás dessa resposta quando Elivaldo me contou sobre sua relação com a família e seu sentimento de dívida, em especial com o pai e a figura ausente da mãe.
               A vida de um casal sem-teto implica em novos obstáculos, como a falta de privacidade. O sexo deve ser feito em lugares abandonados, escondidos de possíveis curiosos e precavidos para não surpreender ninguém. Não é uma tarefa fácil encontrar lugares assim…
               Quanto aos dias de chuva, Edna e Elivaldo dormem clandestinamente na garagem de uma imigrante chinesa, e reclamam que pela manhã elas os acorda com batidas no portão e (prováveis) xingamentos em mandarim.
                 Ainda com essas dificuldades enquanto casal, além das que qualquer morador de rua enfrenta no dia-a-dia, Elivaldo e Edna persistem na jornada em busca de oportunidades para um dia saírem dessa precária condição. As rosas que vendem pelas ruas carregam em suas pétalas perfumadas a esperança de florescerem para uma nova vida.

Rosas de Elivaldo e Edna

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